A proposta basilar do projeto se resume em propiciar um amplo debate crítico sobre a circulação dos saberes na zona de fronteira-sul. Para tanto, espera-se compartilhar com pesquisadores, acadêmicos e professores em geral sobre a produção de saberes fronteiriços que se originam da tríplice fronteira-sul (Brasil/Paraguai/Bolívia) e são, na sua maioria, esquecidos ou ignorados pelo saber moderno erigido nos grandes centros do país e do mundo. A exterioridade dos saberes que está no subtítulo do projeto ilustra bem esta discussão: tal exterioridade é um conceito, para não dizer um lugar fronteiriço, criado pelo próprio saber hegemônico, como forma de manter a exclusão dos saberes periféricos e dos sujeitos que o produzem. As instituições de ensino que se encontram nas bordas da nação moderna, como a UFMS, de onde este projeto está sendo proposto, precisam aprender a dialogar com a diferença colonial, ao invés de insistirem numa ideia de ensino/ saber messiânico e salvífico. A proposta geral visa propiciar um amplo debate sobre tais condições de saberes subjugados.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Cronograma do Evento para o mês de ABRIL & Resumos


10 ANOS DO NECC: EXTERIORIDADE DOS SABERES
Dia 27 de abril (sexta-feira) (PERÍODO MATUTINO)
LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC

ABRIL
Manhã:
LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC
8H ÀS 10 H 30MIN
TEMA DA MESA (MATUTINO): EXTERIORIDADE DOS SABERES: PESQUISA E DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA
27/04
TÍTULO DA PALESTRA:
PARA ALÉM DAS MONTANHAS: uma leitura biográfico-fronteiriça do intelectual Silviano Santiago
HORÁRIO: 8h às 9h
AUTOR: PEDRO HENRIQUE ALVES DE MEDEIROS (NECC/LETRAS/UFMS)

TÍTULO DA PALESTRA:
EM BUSCA DO ESPAÇO PERDIDO: narcotráfico e memória fronteiriça
HORÁRIO: 9h30min às 10h30min
AUTOR: TIAGO OSIRO LINHAR (PPGMEL/NECC/UFMS)
Tarde
HORÁRIO DA MESA(VESPERTINO): 13H30MIN  ÀS 16 H 30MIN
TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: SABERES LITERÁRIOS, CULTURAIS E FRONTEIRIÇOS
27/04
TÍTULO DA CONFERÊNCIA:
CULTURA, CONSTRASTES E A DROGARIA NA ESQUINA
HORÁRIO: 13H 30MIN ÀS 14H 30MIN
AUTOR: Paulo Nolasco dos Santos (UFGD/ CNPq)

TÍTULO DA CONFERÊNCIA:
FRONTEIRAS, LIMIARES E MATERIALIDADE EM BORDERLANDS/LA FRONTERA: em busca da identidade cultural chicana no espaço fronteiriço
HORÁRIO: 15h às 16h30min
AUTOR: Carlos Vinícius da Silva Figueiredo (IFMS/DR)

PERÍODO MATUTINO

HORÁRIO DA PRIMEIRA MESA: 8H  ÀS 10 H 30MIN
TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: PESQUISA E DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA

HORÁRIO: 8h às 9h
TÍTULO DA PALESTRA: 

PARA ALÉM DAS MONTANHAS: uma leitura biográfico-fronteiriça do intelectual Silviano Santiago

PEDRO HENRIQUE ALVES DE MEDEIROS (NECC/LETRAS/UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo refletir e teorizar acerca do intelectual mineiro Silviano Santiago e, como extensão, do seu projeto crítico-ficcional ensaísta, tendo por base os postulados da crítica biográfica fronteiriça. Em síntese, nossa discussão visa delinear o perfil do escritor imbricado a conceitos de caráter pós-coloniais, como o de  desobediência epistêmica, o de opção descolonial e o de  aexterioridade (MIGNOLO, 2003) (NOLASCO, 2015). Além disso, nossa leitura está endossada por percepções de ordem biográfica, tanto do autor objeto quanto do crítico que realiza tal articulação epistêmica, como a memória, a herança, a homossexualidade, a transferência, a amizade e o arquivo (NOLASCO, 2010). Dessa forma, para ilustrarmos o debate proposto, nos valeremos do romance Mil rosas roubadas (2014) do referido escritor enquanto uma narrativa ensaísta-biográfica que descortina os conceitos corroborados pela epistemologia fronteiriça supracitada. Sendo assim, a metodologia do trabalho se engendra em uma visada essencialmente bibliográfica respaldada pelos estudos críticos biográficos fronteiriços de intelectuais, entre outros, como Edgar Cézar Nolasco, Eneida Maria de Souza, Walter Mignolo, Gloria Anzaldúa, Denilson Lopes, Jacques Derrida, Francisco Ortega, Diana Klinger, Homi K. Bhabha e Edward W. Said. Por fim, como resultado esperado, almeja-se explicitar as veredas fronteiriço-biográficas que Silviano percorre no entre-lugar, ou não-lugar, que suas produções críticas e ficcionais ocupam nas epistemologias outras latino-americanas e, sobretudo, brasileiras.
PALAVRAS-CHAVE: Silviano Santiago; Crítica biográfica fronteiriça; Intelectual; Mil rosas roubadas; Exterioridade.

HORÁRIO: 9h30min às 10h30min
TÍTULO DA PALESTRA: 

EM BUSCA DO ESPAÇO PERDIDO: narcotráfico e memória fronteiriça

TIAGO OSIRO LINHA (PPGMEL/NECC/UFMS)

RESUMO: Pelo viés da crítica biográfica fronteiriça, abordarei o narcotráfico a partir de meu lócus enunciativo. Sendo assim, tomarei tal fenômeno como um dos elementos que compõe a memória cultural do estado de Mato Grosso do Sul e, por extensão, parte de minha própria memória. Para tanto, ilustrarei a discussão com passagens da novela Trabajos del reino, uma importante obra pertencente à narcoliteratura, escrita pelo mexicano Yuri Herrera e publicada no México no ano de 2004. A relevância da pesquisa em desenvolvimento consiste em tratar sobre um tema ainda pouco explorado por pesquisadores brasileiros, ainda que o assunto seja de grande importância para os atuais problemas que o país enfrenta com ralação às facções criminosas, problemas estes que se tornam ainda mais presentes na tríplice fronteira do estado de Mato Grosso do Sul, divisa com Paraguai e Bolívia. Enfim, este espaço fronteiriço por excelência converte-se em rota oficial para a entrada de drogas no país.

PALAVRAS-CHAVE: Narcotráfico; Memória; Crítica biográfica fronteiriça

 PERÍODO VESPERTINO

LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC

HORÁRIO: 13H 30MIN ÀS 14H 30MIN

TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: SABERES LITERÁRIOS, CULTURAIS E FRONTEIRIÇOS

TÍTULO DA CONFERÊNCIA: 

CULTURA, CONSTRASTES E A DROGARIA NA ESQUINA

Paulo Nolasco dos Santos (UFGD/ CNPc)
 “Conter a literatura é enfraquecer a nação.” (Suplemento cultural. Correio do Estado,  3\4 de março 2018)

RESUMO: Da Alemanha, de  mme. deStaël, somente  obteve sua publicação no estrangeiro em 1813; obra capital e que serviria ao propósito da cristalização da literatura comparada como prática de conhecimento das  relações entre  as nações, ou transnacionais, como diríamos hoje, a obra foi recém-publicada no Brasil (Editora Unesp, 2016, 669p.).  Repositório da livre conversação e desembaraçado interesse no conhecimento das diferenças,dos costumes e  espíritos humanos, enfim, desse “natural pertencimento cultural” dos indivíduos, bem como e assim como  os homens se veem uns aos outros ao longo do tempo, a obra e sua publicação no Brasil,  ainda hoje em dia, repercute o interesse  e propósito na construção do diálogo e convergências entre  contrastes e particularidades, diferenças culturais.  Lendo-o hoje, duzentos anos após uma história de errância e conflitos, o livro de mme. deStaël lança luzes à ideia de “contemporaneidade”, provocando nosso interesse  às noções de corrente  de  sensibilidades,  história das ideias e diferença cultural, formação espiritual e “mal estar” presentes no solo cultural  contemporâneo. Enfim, tomando como ponto de partida um “cânone” da historiografia literária, pretendemos refletir acerca das  “exterioridades dos saberes”, pontuando-as em contraste e referência ao “contemporâneo”, tendo em vista um tópico mais recente, o “desejo mimético” (René Girard)  e  a  drogaria da  esquina.
PALAVRAS-CHAVE:fronteiras; contrastes culturais; cotidiano

HORÁRIO: 15h às 16h30min
TÍTULO DA CONFERÊNCIA: 

FRONTEIRAS, LIMIARES E MATERIALIDADE EM BORDERLANDS/LA FRONTERA: em busca da identidade cultural chicana no espaço fronteiriço


Carlos Vinícius da Silva Figueiredo (IFMS/DR)

RESUMO: Na contemporaneidade, o contexto histórico-cultural e literário de grande produtividade nos Estados Unidos tem fomentado intensivamente as literaturas imigrantes, de identidades em trânsito, que proporcionou a criação de uma obra como Borderlands/La Frontera: the new mestiza (1987), de Gloria Evangelina Anzaldúa, envolvendo o surgimento de um rótulo em particular, como o de literatura chicana, resultante do solo cultural da fronteira México – Estados Unidos. Por conseguinte, o objetivo principal deste trabalho é analisar Borderlands/La Frontera nos aspectos do contexto sociocultural e da representação tematizados em sua narrativa, bem como a concepção de “auto-história” enquanto representativo para a história de vida da escritora, ultrapassando os limites de sua biografia, tornando-se a história de seu próprio povo. Para tanto, a metodologia que subsidia este trabalho volta-se para as reflexões teórico-críticas acerca dos estudos pós-colonialistas, sobretudo as obras de Ashcroft &Griffiths&Tiffin (2003), Spivak (1988), Mignolo (2003, 2007), Hall (2008), Hawley(2001) e ainda obras de exegese e fortuna crítica sobre Anzaldúa, como, Keating (2009), Cantú (2012), Fernandes (2011), Malvezzi (2010),Bowen (2010) e Torres (2001). Dessa forma, a operacionalização do trabalho contempla a contextualização da análise de Borderlands/La Frontera, seguida das relações de implicação entre texto vs. contexto, aprofundando no cotejamento do arquivo e repertório anzalduano como componente fundamental para compreensão da narrativa de Borderlands/La Frontera como representante da luta pela representação da identidade chicana no espaço fronteiriço.
PALAVRAS-CHAVE:  : Identidade; Fronteira; Borderlands



Cronograma do Evento para o mês de OUTUBRO & Resumos

 PERÍODO VESPERTINO LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC HORÁRIO: 13H ÀS 15H TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: DIÁLOGOS LITERÁR...